Dívidas versus Investimentos: o que devo fazer?

Imagine a seguinte situação: você contratou um empréstimo ou um financiamento e passa a ter parcelas a pagar todos os meses. Porém, em determinado momento, um dinheiro extra entra na sua conta. O que fazer? Usar para pagar as dívidas ou investir?

Essa dúvida é bastante comum, mas a resposta depende de uma reflexão sobre as suas necessidades e uma análise completa da sua situação financeira. Assim, será mais fácil encontrar o caminho mais adequado para você.

Quer saber mais? A seguir, descubra o que avaliar para decidir se é melhor quitar as suas dívidas ou fazer investimentos!

Como as dívidas impactam o seu orçamento?

Para começar, é importante pensar em quais são os efeitos das dívidas no seu planejamento financeiro. Na prática, qualquer obrigação de realizar um pagamento futuro é uma dívida e requer sua atenção ao organizar o orçamento.

A sua fatura do cartão de crédito, por exemplo, é uma dívida. O mesmo acontece em relação a um empréstimo, financiamento ou crediário. Todos esses débitos fazem com que você esteja endividado. Sim, mesmo que você pague tudo em dia, ainda assim possui dívidas.

Como resultado, é preciso destinar uma parte dos seus ganhos mensais para manter os pagamentos em dia e cumprir seus compromissos, para evitar pagar multas e mais juros. Dessa forma, fica claro que o endividamento compromete sua vida financeira, não é mesmo?

Por outro lado, isso não significa que as dívidas são necessariamente ruins. Em certos casos, elas podem ajudá-lo a realizar sonhos. O financiamento da casa própria, por exemplo, pode ser fundamental para você sair do aluguel, certo? Porém, ainda assim, existe um impacto financeiro que deve ser considerado no orçamento.

Você sabe quanto custa a sua dívida?

O próximo passo, para entender quais são os impactos das dívidas no seu orçamento, é identificar o verdadeiro custo dessas despesas. Ao contrário do que muitos pensam, a melhor forma de fazer isso não é encontrando o valor mensal ou mesmo a soma total da dívida.

Na verdade, a taxa de juros que é o elemento mais importante para definir o custo da sua dívida. Quanto mais alta essa taxa, mais elevado é o custo da sua dívida.

É por esse motivo que as dívidas causadas pela falta de pagamento da fatura do cartão de crédito, cujos juros estão entre ao mais altos no Brasil, por exemplo, são tão perigosas e podem multiplicar de valor a sua dívida rapidamente.

Então, um dos passos para definir se é melhor se livrar das dívidas ou fazer investimentos é entender o quanto cada um desses movimentos irá impactar no seu bolso e nos seus objetivos. Afinal, para valer a pena, o investimento deve apresentar um retorno igual ou superior à taxa da sua dívida.

Quais são os impostos pagos ao investir?

Até aqui, você descobriu que avaliar os juros é essencial para determinar se o ideal é usar os recursos para sair das dívidas ou fazer investimentos. Contudo, também é necessário entender quais são os impostos ao investir e como isso pode afetar a sua decisão.

Na prática, o rendimento de um investimento será a diferença entre o valor que ele alcança até a data do resgate e o montante investido inicialmente, certo? Porém, essa é a rentabilidade bruta — e podem incidir impostos sobre ela do mesmo modo que acontece sobre o salário, por exemplo.

Logo, ao avaliar o potencial de lucro de um investimento, é preciso entender quais descontos podem ser feitos quando você receber o montante. Assim, você consegue fazer um comparativo mais realista para tomar uma decisão acertada.

Por exemplo, ao avaliar um título da renda fixa, como um certificado de depósito bancário (CDB), a taxa de juros prometida até o vencimento pode parecer bastante atrativa. Porém, você não deve esquecer da incidência do Imposto de Renda (IR) sobre os rendimentos.

Portanto, é preciso avaliar a rentabilidade líquida — que é o resultado da rentabilidade bruta menos os impostos envolvidos no seu investimento — para fazer essa análise. Também podem incidir outros custos sobre um investimento — como taxas de corretagem, de custódia, taxa de administração —, e você deve avaliá-los com atenção.

É melhor se livrar das dívidas ou fazer investimentos?

Depois de entender os custos das dívidas e dos investimentos, chegou o momento de decidir se é melhor quitar os débitos ou se planejar para investir o dinheiro. Antes de tomar essa decisão, você precisa entender o que significa amortizar um compromisso financeiro.

Na prática, a amortização consiste em reduzir o seu saldo devedor. Se você quitar a dívida, a amortização acontece de maneira completa. Porém, também é possível pagar antecipadamente apenas uma parte do que ainda é devido, reduzindo o saldo devedor.

Na quitação parcial, pode ser que a dívida passe a ter um prazo menor ou valores reduzidos nas parcelas. Porém, além dessa opção, como você já sabe, existe a chance de utilizar o dinheiro para fazer investimentos. Então, como escolher qual caminho seguir?

Confira quais pontos analisar nesse processo de decisão!

  • Compare as taxas de juros da dívida e dos investimentos

Para começar, você deve comparar o quanto paga de juros com o quanto pode receber ao investir. Em geral, é difícil encontrar investimentos que pagam juros maiores que os valores cobrados nas dívidas, mas há chances de encontrar alternativas interessantes no mercado.

Ao mesmo tempo, é preciso considerar o seu perfil de investidor e qual é o risco que você precisa assumir para buscar determinado rendimento. Em geral, o investimento poderá valer a pena se ele estiver alinhado ao seu nível de tolerância ao risco e apresentar um retorno maior que os juros da dívida.

  • Analise os benefícios do pagamento antecipado

O próximo passo é entender quais podem ser os benefícios do pagamento antecipado. Se existirem descontos e vantagens para pagar a dívida de modo antecipado, esse caminho pode ser vantajoso, dependendo das condições propostas.

Porém, certas dívidas não oferecem descontos se houver antecipação. Nesse caso, se a parcela mensal não comprometer o seu orçamento e as taxas de juros forem equivalentes, o investimento pode ser uma alternativa.

  • Pense na tranquilidade de sair das dívidas

Por fim, análise quais serão os impactos na sua vida ao optar por sair das dívidas. Imagine a tranquilidade de não ter mais dívidas para pagar! Nada melhor do que deitar a cabeça no travesseiro e dormir sem ter a preocupação com compromissos financeiros.

  • Tenha sempre em mente seus objetivos 

É importante que ao fazer essa análise entre pagar dívidas e investir você tenha em mente seus objetivos. Quais são seus planos para o curto, médio e longo prazo? Ter um conhecimento profundo sobre as suas finanças, ter um orçamento equilibrado e desenhar bem seus objetivos pode te ajudar a entender qual o melhor caminho no seu momento de vida atual. 

Além disso, é sempre bom lembrar que ter uma reserva de emergência é muito importante. Afinal, a vida é cheia de surpresas e pode acontecer alguma eventualidade e é sempre bom “ter de onde tirar”, certo? Ou então, você pode acabar caindo no cheque especial ou atrasando alguma conta, como o cartão de crédito, e consequentemente acabar adquirindo mais dívidas e juros para pagar. 

 Ao longo deste artigo, você descobriu que, muitas vezes, é melhor abater ou acabar com as dívidas primeiro e fazer investimentos depois. Porém, é fundamental analisar sua situação e seu planejamento financeiro para tomar a decisão mais ajustada à sua realidade e aos seus objetivos.

Fonte: Como Investir/Anbima

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10 de junho de 2022

1 respostas em "Dívidas versus Investimentos: o que devo fazer?"

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